Especialista da FGV vê oportunidade para trabalhadores prestes a se aposentar; professor do Insper considera adesão como arriscada
O governo publicou ontem as regras do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para os funcionários públicos do serviço federal. A medida faz parte de um pacote para reduzir gastos com pessoal e encargos sociais e deve aliviar os cofres públicos em até 284,47 bilhões de reais. Apenas o PDV deve garantir uma economia de 1 bilhão de reais ao ano – se o governo conseguir a adesão dos servidores.
Entre os motivos está o risco de perder a estabilidade que um emprego público oferece. Outro fator são as regras de aposentadoria mais vantajosas para quem se aposenta no serviço público. Além disso, as vantagens oferecidas não são consideradas tão vantajosas.
Para Sandro Cabral, professor de gestão pública do Insper, a adesão de servidores ao PDV será baixa. “Não vejo possibilidade de muita gente aderir. Talvez possa valer a pena para quem tem pouco a perder. É pouco provável que um funcionário que entrou antes de 2013 [ano anterior à criação do teto do INSS para aposentadorias do setor público] peça demissão. Mesmo para quem entrou depois de 2013 tem a questão da estabilidade no emprego. O que está sendo oferecido é muito pouco para o risco de perder essa estabilidade.”